O som é uma onda (ou conjunto de ondas) mecânicas
que se propaga em um meio material, como o ar ou a água. Algumas das
características do som mudam de acordo com o meio de propagação, como a
velocidade e o comprimento de onda, entretanto a frequência permanece independente e constante durante todo o percurso.
Em uma orquestra, conseguimos identificar os sons de diferentes
instrumentos e decifrar de qual deles veio o som. Mas na partitura de
cada músico encontramos as mesmas notas. Isso acontece pois as notas
escritas na partitura representam uma frequência fundamental que pode
ser enriquecida com diversos harmônicos
dependendo das características do instrumento. Geralmente, instrumentos
de corda apresentam uma vasta gama de harmônicos e, consequentemente,
possuem uma onda mais complexa. Os instrumentos com menor número de
harmônicos são os de percussão e alguns metais, sendo a flauta doce um
dos instrumentos com a sonoridade mais pura entre todos.
Quando a corda de um violão é tocada com uma certa frequência, se a frequência
estiver na faixa de 20 a 20.000 Hz, o ouvido humano será capaz de
vibrar à mesma proporção, captando essa informação e produzindo
sensações neurais, às quais o ser humano dá o nome de som. As ondas com
frequência baixa, entre 20 e 100 Hz, por exemplo, soam em nossos ouvidos
de forma grave, e sons com frequência elevada (acima de 400 Hz) soam de
forma aguda. Nesta situação, podemos imaginar que apenas uma onda
percorre a corda e assim obtemos a frequência ouvida. Essa analogia
funciona para uma situação ideal, entretanto o que encontramos na
prática é uma corda vibrando de forma muito mais complexa, pois um
conjunto de curvas senoidais originadas por diversos fatores como a
posição em que tocamos, a densidade da corda e o tamanho da caixa do violão, somam-se e, juntas, geram o som que ouvimos.
Apesar de diferentes, quando os instrumentos reproduzem uma mesma
nota, o som é agradável. Isso acontece pois todas as componentes dessa
melodia são compostas por múltiplos inteiros da frequência original.
Para entender melhor esse conceito podemos analisar a tabela ao lado,
que relaciona as notas e suas respectivas frequências: A nota dó (C)
corresponde a frequência de 261,63 Hz, enquanto a nota sol (G) é
aproximadamente 392 Hz, que é 3/2 a frequência do dó. Podemos então
caracterizar a nota sol como sendo uma harmônica de uma das harmônicas
de dó. Mesmo que o som de uma flauta seja diferente do som do violão,
quando reproduzem a mesma nota, as frequências que ouvimos são sempre
múltiplas inteiras umas das outras, resultando em uma interação
harmônica. Deve-se observar, no entanto, que existem instrumentos transpositores,
e as notas da partitura do músico devem ser adaptadas para manter a
harmonia, resultando que a frequência das notas deve ser observada em
uma nova escala previamente descrita.[1]
Outro fator importante para diferenciar os sons é a amplitude de cada harmônica, ou seja, sua intensidade. Existem instrumentos em que algumas harmônicas tem amplitudes superiores a própria frequência fundamental, tornando o som bem mais grave ou agudo. Com os avanços tecnológicos das últimas décadas, músicos tem desenvolvido novas técnicas para amplificar harmônicos, como é o caso da guitarra, que pode contar com pedais para distorcer o som.
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